Pronunciamento da JpD sobre o lançamento do Banco Jovens e Mulheres

A juventude cabo-verdiana, com a sua criatividade e espírito inovador, tem demonstrado uma capacidade ímpar para identificar oportunidades e desenvolver soluções que respondem às necessidades do mercado nacional e até internacional. Os jovens empreendedores têm sido fundamentais para a diversificação da economia, dando uma contribuição imensurável em diversos setores, como as tecnologias, o turismo, as energias renováveis, a agricultura e as indústrias criativas. Há ainda um enorme potencial por explorar.

Para que todo este potencial se concretize plenamente, é essencial a adoção de medidas políticas que incentivem e apoiem os jovens que queiram empreender.

O Governo tem gizado várias medidas, tais como a criação de programas de formação e capacitação, facilitação do acesso ao crédito e financiamento, simplificação dos processos burocráticos para a criação de empresas e apoio técnico.

Pese embora todo o sucesso na implementação das medidas políticas, nomeadamente no acesso ao financiamento, ainda subsistem algumas burocracias que têm condicionado, de alguma forma, o aproveitamento de todo esse potencial criativo da juventude cabo-verdiana. Muitos jovens têm ideias inovadoras e bons planos de negócio, mas carecem de recursos financeiros para transformá-los em realidade, e muitas vezes os bancos, devido a algum ceticismo, têm muita resistência em financiar determinados projetos.

‍
O governo de Cabo Verde, ciente do potencial das pequenas e médias empresas de gerar auto-emprego e emprego digno, fez constar do Orçamento de Estado para 2024 a criação do Banco Jovem Mulher, que foi lançado na passada quinta-feira.

O Banco Jovem Mulher tem os seguintes objetivos:

‍
- Estimular a criação, expansão ou recuperação de micro e pequenas empresas com potencial de sucesso, promovidas ou detidas por jovens e mulheres;
- Facilitar, incentivar e simplificar os procedimentos de acesso ao financiamento em condições favoráveis;

- Promover a transição de iniciativas informais para a formalização de unidades empresariais.

De modo a tornar o processo mais simples, evitando a burocracia desnecessária, o Banco Jovem Mulher será um banco digital, que funcionará através de uma plataforma eletrónica que pode ser acedida a partir de qualquer dispositivo com acesso à internet. Ou seja, qualquer jovem, de qualquer ponto do país e  no estrangeiro, pode aceder e submeter toda a documentação necessária para o financiamento da sua ideia de negócio.

Outra novidade é o facto de todas as instituições que fazem parte do ecossistema estarem conectadas na mesma plataforma. Os Bancos, a Pró-empresa, a Pró-capital e a Pró-garante estarão todos conectados num mesmo circuito, e as fases do processo poderão ser acompanhadas pelo jovem, também na mesma plataforma.

O Banco Jovem Mulher vai financiar projetos entre 150 contos e 5 mil contos, com juros baixíssimos e um período de carência que permita ao jovem arrancar com o seu negócio e depois começar a pagar.

A JpD acredita que, com a criação deste mecanismo de financiamento que se adequa aos novos tempos, se estão a dar passos para que o país seja cada vez mais atrativo para os nossos jovens e se crie um ciclo virtuoso de inovação e desenvolvimento, onde os sucessos iniciais inspiram outros jovens a seguirem o mesmo caminho, contribuindo para a criação de emprego e geração de riqueza.

Regozijamo-nos com a iniciativa e convidamos os jovens a conhecerem este programa, principalmente aqueles que tenham ideias inovadoras e quem tido alguma dificuldade na sua implementação. Queremos que a nossa juventude seja dinâmica e proativa e estejam mais envolvidos no processo de desenvolvimento do nosso país. 

Apelamos também a todas as instituições envolvidas para que haja acompanhamento e monitoramento de todas as fases, tornando o processo de candidatura cada vez mais célere, cumprindo assim o propósito da iniciativa.

Muito obrigado!

Vander Gomes

Presidente da JPD

‍